Scale AI Processa Ex-Funcionário e Concorrente Mercor por Alegada Roubo de Segredos Comerciais

Pontos principais
- A Scale AI processa o ex-funcionário Eugene Ling e a concorrente Mercor por alegada roubo de mais de 100 documentos confidenciais.
- A ação judicial alega que Ling tentou apresentar a Mercor a um dos maiores clientes da Scale, referido como "Cliente A".
- O co-fundador da Mercor, Surya Midha, nega o uso de segredos comerciais da Scale e afirma que os arquivos de Ling foram armazenados em um drive pessoal.
- Ling postou na plataforma X, reconhecendo a ação judicial, expressando arrependimento e afirmando que nunca usou os documentos em seu novo papel.
- A Scale busca uma ordem judicial para impedir que Ling trabalhe com o Cliente A e para obter um inventário completo dos arquivos disputados.
- O caso destaca as crescentes tensões no mercado de treinamento de dados de IA, especialmente após o investimento de $14,3 bilhões da Meta na Scale.
- Especialistas da indústria alertam que a litigância de segredos comerciais pode custar milhões e estabelecer importantes precedentes para provedores de dados de IA.
A Scale AI entrou com uma ação judicial contra o ex-funcionário de vendas Eugene Ling e a concorrente Mercor, alegando que Ling levou mais de 100 documentos confidenciais e tentou usá-los para conquistar um grande cliente da Scale para a Mercor.
Contexto
A Scale AI, uma empresa que fornece serviços de preparação de dados para treinamento de modelos de inteligência artificial, recentemente intensificou sua postura legal processando um ex-funcionário de vendas e uma empresa concorrente. A ação judicial, apresentada em um tribunal federal dos EUA, tem como alvo Eugene Ling, que deixou a Scale para se juntar à Mercor, e a própria Mercor, uma concorrente que tem ganhado tração no mercado de treinamento de modelos de linguagem grande (LLM).
Alegações Contra o Ex-Funcionário
De acordo com a queixa, Ling alegadamente levou mais de 100 documentos confidenciais que detalhavam as estratégias de cliente da Scale e outras informações proprietárias. A ação afirma que esses arquivos foram armazenados no Google Drive pessoal de Ling após sua saída da Scale. A Scale afirma que os documentos permitiriam que a Mercor atendesse ao "Cliente A", identificado na petição como um dos maiores clientes da Scale, bem como vários outros contas-chave.
A Scale também busca uma ordem judicial para impedir que Ling trabalhe com o Cliente A e está exigindo que a Mercor forneça um inventário completo dos arquivos em posse de Ling. A empresa alega que a Mercor se recusou a atender a esses pedidos, intensificando a "apropriação indevida de segredos comerciais".
Resposta da Mercor
O co-fundador da Mercor, Surya Midha, respondeu por e-mail, negando que sua empresa tenha usado quaisquer segredos comerciais da Scale. Midha admitiu que Ling possuía alguns documentos antigos, mas manteve que a Mercor não tem interesse nos dados proprietários da Scale e opera seu negócio de forma diferente. Ele afirmou que a Mercor havia oferecido que Ling destruísse os arquivos e estava aguardando a resposta da Scale.
Midha também enfatizou que a Mercor contratou muitos ex-funcionários da Scale, mas insiste que nenhum desses contratos teve acesso ou utilizou informações confidenciais da Scale. A posição da empresa é que qualquer suposta irregularidade recai exclusivamente sobre o ex-funcionário individual.
Declarações Públicas de Eugene Ling
Após a apresentação da ação, Ling postou na plataforma de mídia social X, reconhecendo a ação judicial e expressando arrependimento sobre a situação. Ele alegou que nunca usou os documentos em seu novo papel na Mercor e que sua intenção não era nefasta. Ling indicou que havia solicitado orientação à Scale sobre como lidar com os arquivos e estava aguardando instruções.
Suas declarações sugerem uma disposição para cooperar, mas também destacam uma desconexão entre as duas empresas sobre o manejo dos supostos materiais de segredos comerciais.
Contexto da Indústria e Implicações
A disputa surge em meio a uma atividade intensificada no setor de treinamento de IA. No início deste ano, a Meta anunciou um investimento de $14,3 bilhões para adquirir 49% da Scale AI e começou a recrutar o fundador da Scale. Após esse investimento, vários dos maiores clientes de dados da Scale — que são concorrentes das iniciativas de IA da Meta — relatadamente cortaram laços com a empresa.
Enquanto isso, a Mercor tem se posicionado como uma especialista provedora de dados de treinamento de LLM, empregando especialistas em conteúdo, muitas vezes com doutorado, para curar conjuntos de dados específicos de domínio. A ação judicial destaca as pressões competitivas e os altos riscos envolvidos, pois a ação nota que conquistar o cliente contestado poderia ser "válido por milhões de dólares" para a Mercor.
Espera-se que a litigância de segredos comerciais no espaço de IA em rápida evolução provavelmente aumente à medida que as empresas competem por ativos de dados exclusivos que possam acelerar o desenvolvimento de modelos. O resultado desse caso pode estabelecer precedentes para como ex-funcionários e empresas concorrentes lidam com informações proprietárias durante transições de talentos.
Resultados Potenciais
Se o tribunal decidir a favor da Scale, a Mercor pode ser compelida a fornecer os documentos solicitados, destruir quaisquer arquivos proprietários e possivelmente enfrentar danos monetários. Por outro lado, um veredicto favorável à Mercor pode limitar a capacidade da Scale de proteger suas estratégias específicas de cliente, potencialmente incentivando uma caça mais agressiva a talentos em todo o setor.
Ambas as empresas parecem preparadas para continuar a batalha legal, com a Scale buscando proteger sua vantagem competitiva e a Mercor defendendo sua integridade operacional.