ICE Implanta Ferramenta de Monitoramento de Mídia Social com Inteligência Artificial da Zignal Labs

Pontos principais
- A ICE contratou a Zignal Labs para monitoramento de mídia social impulsionado por IA.
- A plataforma pode processar mais de 8 bilhões de posts diariamente em mais de 100 idiomas.
- Ela captura imagens e vídeos geolocalizados e identifica marcadores visuais.
- A ICE planeja lotar funcionários em Vermont e na Califórnia para monitoramento 24/7.
- Grupos de direitos civis alertam sobre violações de privacidade e efeito dissuasório na fala.
- A ferramenta expande a capacidade da ICE de localizar indivíduos considerados riscos à segurança.
A Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) contratou a Zignal Labs para usar sua plataforma impulsionada por IA para análise em tempo real de conteúdo de mídia social disponível publicamente. A ferramenta pode ingerir bilhões de posts diariamente, identificar imagens e vídeos geolocalizados e gerar alertas para operadores da ICE. A parceria, facilitada pela Carahsoft, expande as capacidades de vigilância da ICE e levanta preocupações entre grupos de direitos civis sobre privacidade, liberdade de expressão e o potencial efeito dissuasório na expressão online.
Contexto
A Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) está expandindo seu alcance de vigilância ao empregar uma plataforma de monitoramento de mídia social impulsionada por IA desenvolvida pela Zignal Labs. O contrato foi garantido por meio da Carahsoft, uma empresa que fornece soluções de TI para agências governamentais. A Zignal Labs já trabalhou com outras entidades federais, incluindo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, o Serviço Secreto dos EUA, o Departamento de Defesa e o Departamento de Transporte.
Capacidades da Plataforma
A plataforma da Zignal Labs é projetada para ingerir e analisar vastas quantidades de dados disponíveis publicamente de sites de mídia social, como Facebook, Instagram, TikTok, X e YouTube. De acordo com o site da empresa, o sistema pode processar mais de 8 bilhões de posts por dia em mais de 100 idiomas, usando tecnologias de aprendizado de máquina, visão computacional e reconhecimento óptico de caracteres. Ele pode capturar imagens e vídeos geolocalizados, identificar emblemas e patches, e fornecer alertas em tempo real para operadores. Um exemplo citado descreve a ferramenta analisando um vídeo do Telegram para determinar a localização exata de uma operação na Faixa de Gaza.
Implementação pela ICE
A ICE planeja lotar uma instalação de monitoramento em Vermont com contratados e uma equipe separada na Califórnia, com alguns funcionários requeridos para estar disponíveis "em todos os momentos". A agência pretende usar a plataforma para localizar indivíduos que considera uma ameaça à segurança nacional, à segurança pública ou de outra forma relevantes para sua missão de aplicação da lei. Os trabalhadores podem procurar dados sobre membros da família, amigos ou colegas de trabalho de um alvo para determinar sua localização.
Preocupações com Direitos Civis
Defensores dos direitos civis alertam que o escopo e a automação dessa vigilância podem ter um efeito dissuasório na liberdade de expressão. David Greene, diretor de direitos civis da Electronic Frontier Foundation, observou que as ferramentas impulsionadas por IA permitem que o governo monitore pontos de vista em um escopo nunca possível com apenas revisão humana. A União Americana de Liberdades Civis documentou previamente o uso semelhante de ferramentas de monitoramento de mídia social pela polícia. Críticos argumentam que as capacidades expandidas da ICE ameaçam a privacidade e podem ser usadas para atingir famílias de imigrantes e ativistas.
Contexto Mais Amplo
O deploy da Zignal Labs se encaixa dentro de uma tendência mais ampla de agências dos EUA incorporando o monitoramento de mídia social em processos de imigração e segurança. Iniciativas anteriores exigiram que candidatos a vistos divulgassem handles de mídia social e usaram IA para rastrear posts que apoiavam organizações terroristas designadas. A nova ferramenta da ICE reduz a dependência de influenciadores externos para sinalizar indivíduos, potencialmente aumentando a capacidade da agência de agir com base em conteúdo online sem prompting externo.